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Otimismo Apocalíptico
Foto de Jorge Simmons l Unsplash

Sorry, this entry is only available in Brazilian Portuguese.

Há algo em comum entre diversas culturas ao redor do mundo em relação ao fim do ano: o desejo de renovar as esperanças e fazer novos planos para o futuro que se aproxima. Depois de um ano intenso e repleto de eventos importantes, as pessoas começam a se organizar para as celebrações. Mas o fantasma da incerteza ainda está na sala.

Estamos vivendo uma catástrofe em todas as esferas sociais. Há muito trabalho a ser feito para reconstruir o Brasil. Porém, como continuar sonhando em um país arrasado pela fome, violência e pelo desemprego?

Sidarta Ribeiro, neurocientista, biólogo e professor, aponta-nos caminhos para o otimismo apocalíptico em seu livro Sonho Manifesto, no qual compartilha conhecimentos povos originários que nos lembram da importância de sonhar coletivamente com o futuro do planeta.

O otimismo apocalíptico é a compreensão de que é necessário esperança para encarar a calamidade. Além disso, Sidarta Ribeiro defende que precisamos descartar os ideais competitivos e patriarcais, resgatando a ética da colaboração, cooperação, responsabilidade, competência, confiança e do cuidado, desenvolvida há milênios e que mantém a coesão de grupos sociais de cultura muito rica, como é o caso dos Yanomami. 

A ética do cuidado como ferramenta de transformação

É preciso restabelecer o diálogo e a empatia a fim de que haja o entendimento comum de que, para superar a desigualdade social, é necessário a construção de novos códigos éticos baseados no cuidado — sobretudo, com políticas públicas e iniciativas privadas em prol dos mais vulneráveis.

Nenhum país é capaz de prosperar ao passo que mais de 20% da sua população passa fome, os pais não conseguem vacinar seus filhos ou não têm garantia de um trabalho digno com uma jornada de trabalho adequada e direitos trabalhistas fundamentais. Um país avança quando entende a importância dos seus biomas, protegendo sua fauna e flora locais e criando alternativas regenerativas para viver em comunhão com a natureza.

A ética do cuidado possui princípios como o diálogo, a sabedoria do cuidado e a realização de ações em que todos saiam ganhando.

O psicólogo humanista e escritor Rollo May, no livro Love and Will (1969), argumenta que o cuidado é o antídoto para o cinismo e a apatia que nasce do experimento coletivo do mal-estar. Para May, a ética tem sua base psicológica na capacidade de o ser humano transcender as aspirações individuais para viver e tomar decisões voltadas ao bem-estar das pessoas e dos grupos, dos quais a sua própria satisfação depende profundamente. 

Também não podemos falar de cuidado sem citar a ética e o amor segundo bell hooks. Em uma passagem do seu livro Tudo sobre o Amor, bell hooks argumenta que culturas de dominação se apoiam no cultivo do medo como forma de garantir a obediência. Quando nos ensinam que a segurança está na semelhança, qualquer diferença parece uma ameaça, mas quando escolhemos amar e nos mover contra o medo, conectamo-nos e encontramo-nos uns nos outros. Assim, segundo bell hooks, se todas as políticas públicas fossem criadas no espírito dos valores amorosos, não teríamos que nos preocupar com o desemprego, as pessoas em situação de rua, os vícios ou o fracasso das escolas em ensinar as crianças, porque a preocupação com o bem-estar coletivo faria com que buscássemos nutrir e proteger esse bem.

Diálogos plurais 

A ideia de viver em uma comunidade revolucionária com ideais baseados no cuidado e no amor até parece utópica vista do meio do olho do furacão, mas representa a única saída para a crise sistêmica na qual vivemos. 

O próximo passo para a reconstrução desse corpo social está justamente na educação. Uma sociedade com um conhecimento profundo da sua história se empodera na manutenção do seu presente, momento em que o seu povo é beneficiário e protagonista, constituindo novas gerações de pessoas engajadas com a equidade social e a preservação ambiental. 

Os novos community builders, ou construtores de comunidade, na tradução livre, não serão apenas indivíduos capazes de mobilizar pessoas, mas, também, capazes de cocriar ações em toda a esfera social com lideranças coletivas.

Para servir de inspiração, podemos observar movimentos sociais, associações de moradores de regiões periféricas, grupos de apoio e organizações sem fins lucrativos de impacto social, cujas atividades são criadas e gerenciadas por diversos membros da comunidade. Todos são líderes, todos são capazes de transformar.

No âmbito institucional, as organizações ainda terão o desafio da convivência perante as diferenças e os valores sociais, mas também terão uma oportunidade de oferecer um legado na construção participativa das melhorias na comunidade. Nesse ritmo, a Geração Z conduz uma movimentação sem volta quando o assunto é diálogo. Assim, poderemos trocar mais, aprender mais e fortalecer nosso papel para uma sociedade mais empática e que tenha a diversidade respeitada, ainda que com a iminência de chegar a um acordo — o que poderá ser (ainda) mais complicado.

“Se você é mais privilegiado do que os outros, construa uma mesa maior e não um muro mais alto”. Essa frase, que tomou conta das redes sociais nas últimas semanas, retoma uma pauta muito discutida por empresas e organizações nos últimos tempos: a diversidade. Os próximos meses serão cruciais para o engajamento das pessoas em propósitos coletivos, principalmente naqueles que miram à equidade. Mas, para que esse propósito seja alcançado, é necessário que as pessoas no centro das tomadas de decisão representem a diversidade do Brasil.

A diversidade é a nossa potência mais criativa e com ela seremos capazes de construir futuros possíveis para o Brasil. Além da oferta de mais oportunidades de carreira para pessoas minorizadas, é necessária a construção de mais oportunidades de desenvolvimento e ascensão profissional, aumentando, assim, a participação de lideranças femininas, negras, indígenas, LGBTQIA+ e de pessoas com deficiência em posições de poder e influência, em cargos públicos e privados.

Estratégias de cuidado 

Segundo um estudo realizado pela McKinsey em 2020 na América Latina, funcionários de empresas que buscam ser mais diversas têm níveis muito maiores de colaboração e inovação. A esperança ativa pode servir de ponto de partida para espelharmos incentivos a comportamentos mais operantes. Em todos os setores das empresas, haverão pessoas querendo mudanças e essa vontade pode se tornar um movimento mais pragmático. 

Na AsQ, empresa de gestão de saúde privada, um programa de saúde e qualidade de vida do colaborador visou a um case de sucesso. Uma das principais medidas adotadas pela empresa é a implantação de uma clínica de Atenção Primária à Saúde (APS), onde os colaboradores recebem todos os atendimentos primários de médicos e enfermeiros de saúde da família. 

Sala de espera de um consultório médico
Divulgação | AsQ l Fonte: G1

A Microsoft, em novembro de 2020, criou uma iniciativa visando engajar funcionários e fazer com que as pessoas encontrassem um espaço acolhedor, tendo vontade de compartilhar suas paixões, dentro e fora do trabalho, e expondo interesses e aspectos pessoais que de outra forma seus colegas talvez jamais conheceriam. O programa #OurPassions conta com 4.500 funcionários registrados na rede social corporativa Yammer.

Júlia Quaresma/Estúdio ABC/Divulgação l Fonte: Você S/A

Além de as publicações ocuparem o ranking de visualizações da plataforma, essas interações promovem um ambiente de trabalho onde as pessoas se sentem mais à vontade para serem elas mesmas, estabelecendo conexões mais verdadeiras. “Antes da pandemia, encorajávamos as pessoas a ‘trazer tudo de si para o trabalho’, mas era difícil realmente fortalecê-las para fazer isso. A vulnerabilidade compartilhada nesses últimos tempos nos deu uma grande oportunidade de trazer autenticidade real à cultura da empresa e transformar o trabalho para melhor”, comenta Jared Spataro, vice-presidente corporativo da Microsoft 365 em entrevista para a Você S/A.

Segundo o The Future Laboratory, o conceito de Care Collectives está sendo aplicado também no setor de varejo. Um exemplo é a OEM, uma drogaria de última geração construída em torno do conceito de atendimento à comunidade. A loja virtual com sede em Los Angeles é inspirada na valorização da família característica da cultura japonesa, reunindo uma coleção concisa de produtos cuidadosamente projetados — de bálsamos calmantes a sopas — e criados para imbuir as pessoas com a sensação de serem cuidadas. “Durante décadas, dependemos de drogarias impessoais para nos equipar com itens essenciais para nossas doenças cotidianas”, dizem Ceilidh MacLeod e Shun Kinoshita, cofundadores da OEM. “Se o ano passado nos ensinou alguma coisa foi que o pensar nos outros e o cuidar dos outros são indispensáveis”.

Divulgação OEM New Drugstore l Fonte: Site oficial

As aspirações individuais e a produtividade pela produtividade são conceitos falidos nas pretensões dos trabalhadores para a construção do futuro do trabalho e do mercado de consumo. É necessário que as organizações repensem as suas ações profundamente para um amanhã mais justo, igualitário e cuidadoso, promovendo feitos na regeneração do meio ambiente e na preservação da vida ou não haverá futuro em um mundo como este em que vivemos. 

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