Por que precisamos falar sobre ESG? Entenda a importância para além da sigla - BOX1824
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Por que precisamos falar sobre ESG? Entenda a importância para além da sigla
Por que precisamos falar de ESG? l Entenda a importância para além da sigla

Há uma demanda de transformação radical em escala global nos padrões de consumo, produção e prestação de serviços. As diversas crises no âmbito climático, social e econômico se correlacionam impactando a realidade de pessoas e organizações no mundo inteiro.

Em 2004, quando o termo ESG foi criado através da publicação do Pacto Global com o Banco Mundial, as discussões relacionadas a ESG ficaram concentradas — principalmente — nos ativistas, terceiro setor e governos. As expectativas de mudança também. Hoje, os negócios são pressionados a não só fazerem parte das transformações como coadjuvantes, mas a liderarem e serem protagonistas do impacto positivo. 

Muito tem se falado sobre o tema nos últimos anos, da relevância e valorização frente aos desafios atuais, até a descrença de boa parte do público que vê no termo um novo sinônimo para greenwashing.

Compartilhar aprendizados sobre a importância da ESG no Brasil e no mundo pode trazer insights norteadores para que mais pessoas e negócios exerçam seu papel na construção de futuros melhores. Em nosso trabalho de consultoria, por diversas vezes pautamos recomendações em torno das agendas emergentes acerca de meio ambiente, impacto social e governança, é através dessa expertise que apresentamos novas perspectivas sobre o tema.

Um estudo realizado pela Wunderman Thompson (2021), revelou que 86% dos entrevistados esperam que as empresas façam sua parte na solução de grandes desafios, como mudanças climáticas ou justiça social. Dessa forma, como comentou Sereno Moreno, Diretor de Estratégia da Box1824, “os negócios têm papel central na resolução dos grandes problemas sociais e ambientais que enfrentamos hoje, até porque são eles os principais responsáveis por toda essa crise. Não tem outra saída. E o tamanho do impacto deve ser proporcional ao tamanho do negócio, esse é o mínimo que as pessoas esperam.”

 

Consumo sustentável é um privilégio?

ESG não é uma conversa de futuro. Pessoas e organizações se mobilizam há anos para minimizar os impactos do efeito dominó de acontecimentos políticos, econômicos e sociais ao longo da história.

Talvez até estejamos na mesma tempestade, mas em barcos diferentes. Nesse cenário neosurrealista, onde recebemos uma abundância de informações catastróficas na mesma proporção onde chegam alívios cômicos e uma nova trend para reproduzir, a miopia do privilégio se espalha, anuviando a nossa capacidade de sensibilidade frente a notícias como a do barco de pesca com centenas de imigrantes que naufragou na costa da Grécia, onde 78 vidas foram perdidas.

O termo ambientalismo interseccional, cunhado por Leah Thomas, constata uma verdade ainda não encarada por grande parte das vozes brancas da ESG: não podemos salvar o mundo sem as vozes daqueles que não são ouvidos. No livro The Intersectional Environmentalist, Leah constatou a relação entre ambientalismo, racismo e privilégio. A ativista mostrou como negros e indígenas são impactados de forma desigual por injustiças ambientais.

Indo além, é preciso  pensar em uma sustentabilidade interseccional, que leve em conta também as questões de desigualdade social, especialmente no Sul Global, onde temos desafios em diversos âmbitos como moradia, renda, alimentação, trabalho, saúde, educação, etc. Essas questões não são regionais, mas de interesse global — uma vez que essas múltiplas realidades se interconectam com trajetórias de colonialismo, exploração e subordinação estabelecidas por países do Norte Global.

 

“As instituições podem ou não escolher mudar, mas o jogo mudou. Não participar deste movimento vai gerar impactos como a perda da credibilidade e, principalmente, o distanciamento da nova forma de viver das pessoas que irá, mais cedo ou mais tarde, se refletir nos resultados do negócio.”

 

Laura Kroeff, VP Strategy & Impact, Box1824

 

No senso comum, ações sustentáveis parecem ser exclusividade das classes sociais mais altas que podem pagar mais caro por produtos e serviços justos, mas em nossos estudos nos deparamos com mobilizações em todas as esferas sociais. Não apenas em comunidades tradicionais e no dia a dia de povos originários, mas também no de pessoas com baixa renda ou média, que também estão se mobilizando em prol da ESG porque são as mais impactadas por esses desfechos globais. 

 

É um desafio engajar partes da sociedade em problemas do futuro, quando uma boa parte das pessoas acorda todos os dias para uma ameaça iminente, seja falta de dinheiro, segurança alimentar, saúde… Precisamos priorizar ações que tenham um efeito cascata para pessoas em todos os lugares e particularmente para as que vivem em condições de pobreza.

Paul Hawken, autor, empreendedor e ambientalista

 

Nesse contexto, Henrique Diaz, VP Seeding & Scale Box1824, acredita que o futuro do planeta depende da massificação das ações e expansão da consciência. Sustentabilidade não pode ser luxo, deve ser acessível e democratizada a todxs. Para essa premissa se tornar realidade, o mercado precisa repensar as suas necessidades e criar novas estratégias.

 

Como ser agente de transformação no presente?

Nos últimos anos, a noção de que conectadas as pessoas podem ser uma grande potência em relação às instituições se tornou amplamente conhecida. Para ser um agente de transformação, é preciso se conectar com as necessidades e agendas da comunidade onde as organizações estão inseridas, pensando e cocriando soluções permanentes.

 

Na contramão de outros tempos onde a estética era mais valorizada que a ética, o greenwashing ou socialwashing ocupavam o centro do palco das comunicações de marca, mas a multidimensionalidade das crises leva as pessoas a exigirem ainda mais que as marcas atuem de forma ética em prol do coletivo. Em um estudo realizado pela Box1824 em 2022, 91% dos entrevistados disseram que marcas precisam ser éticas em todas as suas frentes de atuação e comunicação. 

 

E, caso esse argumento ainda não seja o suficiente, aqui está um grande número: US$ 44 trilhões. Isso é quanto da produção econômica total do mundo depende de animais e ecossistemas, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. Os insetos polinizam as plantações comerciais, os recifes de corais protegem os edifícios costeiros, as zonas úmidas purificam a água e todos esses serviços – e mais – ajudam a alimentar o crescimento econômico. (Fonte: Vox). Assim, todas as empresas são demandadas a compensar débitos do passado e a construir créditos para o futuro. Benji Jones, repórter sênior da Vox, alerta sobre os riscos enraizados nos impactos que as empresas causam na natureza. “Obviamente, prejudicar o meio ambiente pode prejudicar a reputação de uma corporação, que está intimamente ligada ao preço de suas ações. Investidores e bancos podem ser menos propensos a apoiar uma empresa que vende óleo de palma de terras desmatadas, por exemplo, por medo de que o público descubra e faça com que as ações da empresa despenquem”.

Mais do que ações sustentáveis para neutralizar seu impacto negativo por medo de danos a sua reputação, vivemos em um contexto em que as empresas precisam ir além e deixar uma marca positiva, buscando restaurar o prejuízo já causado em suas atividades passadas, assim nasce o conceito de economia regenerativa.

 

“As preocupações de ESG não são mais apenas uma forma de sinalizar as credenciais de cuidado de uma empresa – elas são uma parte fundamental do sucesso empresarial sustentável.”

 

Sam Smith, CEO FinnCap

 

No contexto local, 77% dos brasileiros esperam que as empresas contribuam mais para a sociedade investindo em causas sociais (Fonte: Instituto Ayrton Senna, 2020). Um exemplo, é a Natura que além de possuir iniciativas sociais, apoia projetos em uma escala individual através do Movimento Natura, onde a empresa recebe propostas de ações sociais de seus consultores e consultoras e realiza um incentivo com conexões e ampla divulgação para escalar pequenas ações.

Na construção civil, foram descartadas 44,5 milhões de toneladas de resíduo em 2019, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Por pessoa, isso equivale a 213,5 kg por ano. Fazem parte dessa conta materiais em boa qualidade que podem ser reaproveitados. Esse é o desafio da ReLóco, que busca doar e revender materiais de construção, decoração e eletrodomésticos. 

A Schneider Electric é um dos maiores cases globais de empresas que estão realmente usando o core do seu negócio para ajudar a regenerar o mundo, e ganhando muito dinheiro com isso. A empresa francesa de tecnologia está ajudando algumas das maiores multinacionais a se descarbonizar. Ao fazer isso, tornou-se a companhia mais sustentável do mundo em 2021, segundo o famoso índice Global 100 da Corporate Knights. Além de mais do que dobrar o seu valor de mercado, nos dois anos anteriores ao prêmio.

É necessário imaginar um futuro positivo para estimular a sua construção. Um dos principais caminhos para isso é ir para além da redução dos impactos: estimular a regeneração do planeta através de ações eficientes.

Para ajudar você e a sua organização a serem agentes transformadores, a Box1824 inaugura o curso ESG: a importância para além da sigla. Nesse programa intensivo de uma semana, você vai conhecer a visão da Box1824 sobre esse conceito que é fundamental para a construção de futuros desejáveis partindo de ações no presente.

São 5h de aulas virtuais, com exposição de conceitos, exemplos, exercícios e momentos de perguntas e respostas, além de um grupo exclusivo da turma no WhatsApp para trocas e networking.

 

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