O Web Summit 2022 acabou e já está deixando saudades! Essa foi uma edição grandiosa, onde mais de 71.000 participantes juntaram-se na Altice Arena em Lisboa para participar de palestras, masterclasses, sessões de networking, demonstrações etc.

O evento é conhecido por ter alcance global. Nesta edição, pessoas de 160 países viajaram de todo o mundo para se reunir em Lisboa. Dedicada a criar equilíbrio de gênero no mundo da tecnologia, a edição de 2022 apoiou o desenvolvimento de um ecossistema que tenha mais mulheres empreendedoras inovando e liderando indústrias, recebendo mais de 30.000 mulheres — 42% do número total de participantes.

Por lá, estiveram reunidos uma mistura de líderes mundiais, empreendedores, executivos, desenvolvedores de tecnologia, estrelas do esporte, músicos e atores que estão impactando seus campos com insights únicos para compartilhar.

O evento é um dos maiores e mais relevantes do mundo, com a capacidade de aproximar pessoas e iniciativas em uma experiência imersiva sobre tecnologia e inovação. Por lá, nosso time acompanhou diversas conferências, trazendo para o Brasil muitos insights e muito conteúdo — alguns deles serão compartilhados com exclusividade para clientes da Box 1824, outros trazemos especialmente para você.

Vale a pena deixar no radar: futuros da comunicação

Na semana em que Elon Musk assumiu o Twitter, o número massivo de demissões da empresa (inclusive no Brasil) chamou atenção. Essa aquisição gerava expectativas e preocupações — não só em usuários, mas em especialistas de diversas áreas. Esse desligamento em massa reacende um alerta para a moderação de conteúdo e capacidade da rede social de lidar com fake news, ameaças antidemocráticas e uma série de conteúdos que violam políticas de uso, privacidade e bem-estar social.

Pesquisas recentes mostram que o TikTok é a única plataforma onde o consumo de notícias está realmente crescendo. Subrata De, Head Global de News, Programming e Development da Vice, vê esse fator como um grande espaço para democratização de informação, desde que exista muito cuidado com a moderação. O Twitter é uma rede social de extrema relevância social. Por isso, é preocupante que mudanças na dinâmica da rede social possam afetar a política e as questões sociais, com grande responsabilidade, em uma época em que as plataformas sociais são ferramentas importantes de informação e comunicação.

A jornalista Ann Curry acredita que a geração Z está recebendo um grande volume de informação e que esses jovens trocam muito entre si. Para ela, essa juventude gosta de sentir que está pensando por si mesmo, em vez de alguém dizer o que pensar, como é a abordagem tradicional da mídia.

A geração Z cresceu recebendo notícias nas redes sociais no estilo fórum, então não se trata apenas de ler as notícias, mas de ler os comentários das notícias — o que adiciona outra camada para obter as informações de maneira linear. Outras gerações experimentaram isso, mas agora é importante ver o que as outras pessoas pensam e sentem sobre que estão lendo, o que os amigos acham sobre o assunto.

Os próximos anos serão desafiadores para a comunicação em diversas áreas — uma vez que estamos vivendo uma espécie de tecnofeudalismo, somado à crescente de discursos de ódio e violência no âmbito digital, mudança de comportamento na hora de consumir notícias e expansão de plataformas com vídeos curtos.

Outra questão importante da atualidade, nesse contexto, é a pauta climática. No painel Should Climate Change Dominate the News?, Yasir Khan, Ruth Wright e Jeremy Goldman levaram para o palco uma discussão super relevante para pensarmos sobre a maneira de produzir e disseminar notícias alinhadas com a emergência climática. “Prestação de contas e informar o público são dois lados da mesma moeda. Como jornalista, você está trabalhando para responsabilizar governos e empresas pelas questões climáticas, além de trabalhar para contar histórias que as pessoas querem e precisam saber para lidar com esse assunto”, comentou Yasir Khan, editor-chefe da Thomson Reuters Foundation.

A ansiedade climática está acontecendo na medida em que a sociedade precisa se manter informada e acessar recursos para lidar com os desafios causados pelo desequilíbrio ambiental. Negócios, jornalistas, grandes ou pequenos veículos de notícia e criadores de conteúdo precisam somar esforços para estabelecer novos códigos para a transmissão de informação.

Ameaças democráticas, discursos de ódio, ansiedade climática etc. Embora as preocupações em torno da comunicação sejam muitas, o futuro da comunicação ainda parece promissor. A possibilidade de novos formatos pode ser mais bem aproveitada por veículos mais tradicionais, aproximando informações adequadas com um público cada vez mais inquieto no seu horizonte.

5 aprendizados que trouxemos do Web Summit 2022

“As pessoas procuram resolver seus problemas da vida real — elas não procuram criptomoedas ou isso, ou aquilo. Elas precisam ser capazes de acessar dinheiro em qualquer tipo de moeda. Nossos clientes estão dizendo que estão procurando por negócios em que possam confiar e resolver seus problemas.”

John Downie,

Fundador & CEO, SteadyPay

“A sustentabilidade vai se tornar uma espécie de fator higiênico para as empresas, porque os consumidores não vão aceitar o contrário.”

Jessica Spence,

Presidente da Brands Beam Suntory

“Há algum tempo, a mudança climática era uma vertical especial, um conteúdo de nicho. Mas agora é para todos, é uma questão que impacta a economia, a política, as relações exteriores, as artes e a cultura. Isso afeta tudo.”

Yasir Khan

Editor-chefe da Thomson Reuters Foundation

“A transformação digital é, antes de tudo, uma transformação. Envolve as pessoas e é para as pessoas, não contra elas.”

Jean-Marc Ollagnier,

CEO Europe da Accenture

“Blockchain não é uma tecnologia, é uma metodologia para organizar a rede.”

William Quigley,

Cofundador e CEO da WAX